segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Hortinha - 6 meses depois


Seis meses depois, a hortinha começou a dar frutos!
Em junho compramos vasos, terra, adubo e mudinhas para nossa hortinha caseira. Neste meio tempo um temporal destruiu todo o nosso trabalho. Mas não desanimamos! Compramos um toldo para proteger a horta e agora ela voltou com força total!

Os primeiros tomates-cereja já começaram a nascer! Alguns já estão veremelhinhos! E o melhor: são orgânicos!


Trouxemos de São Paulo umas mudas de morango da tia-avó do meu marido. Pra falar bem a verdade, pensei que os morangos não fossem vingar. Tão delicados, a impressão que dá é que precisam de muitos cuidados especiais. Mas nós apenas regamos frequentemente e adubamos a terra de vez em quando. E para a minha surpresa, voilá, temos morangos!


Outro que vingou também foi o feijão! Jogamos alguns carocinhos de feijão só pra ver no que dava, e não é que estamos com alguns pés-de-feijão? Foi difícil fotografar, com o vento os galhos não paravam quietos, mas dá pra ter uma ideia. (ao fundo nosso pézinho de alfavaca, muito boa para temperar carne).


As orquídeas que ganhei da minha tia-avó são um capítulo à parte. A irmã da minha avó sempre morou em casas grandes, com quintal, e sempre gostou muito de plantas. Agora ela teve que vender a casa aonde passou as últimas décadas, e me ofereceu algumas orquídeas da sua coleção. Detalhe: ela tem essas mesmas orquídeas desde a época em que casou! Ou seja, ganhei orquídeas de 50 anos de idade!

Fiquei tensa quando fui amarrar as plantas na árvore que passa na frente da minha janela da sala de jantar. Muita responsabilidade... Mas deu tudo certo! Algumas delas já deram flores, outras crescem sem parar.


São lindas de morrer! E toda vez que olho para elas me sinto emocionada por poder dar continuidade ao carinho que minha tia-avó dedicou a estas flores por tanto tempo. Espero chegar lá também!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Mercadão de São Paulo

Estive em São Paulo no último final de semana para o show histórico do Paul McCartney. Emocionante e inesquecível são palavras pequenas para descrever. O show mexeu muito comigo, chorei, ri, cantei, dancei. Foi demais!


Além disso, passar o final de semana em São Paulo é sempre garantia de que vamos comer muito bem. No sábado almoçamos no Halim, um restaurante árabe tradicional que está sempre cheio de famílias barulhentas e esfihas, kibes, tabules, hommus e cordeiros maravilhosos. Depois de um sundae na Sorveteria Alaska - famosa desde os tempos da minha bisavó - que fica colada no restaurante, atravessamos a Avenida Paulista inteira caminhando para ajudar na digestão, desde o Paraíso até a Consolação. Finalizamos o momento almoço com um café e um cupcake em uma doceria na Rua da Consolação.




Um lugar que eu amo em São Paulo é o Mercado Municipal. Vale muito a visita para quem não conhece. Fico parecendo uma gringa tirando foto de cada barraca. E de quebra sempre levamos algum queijo, azeitonas, tremosos e outras comidinhas para casa.



A noite lanchamos no Rockets, uma lanchonete decorada como se fosse americana nos anos 50, com direito a jukebox e tudo. Hamburguer e milkshake, delícia total!

No domingo almoçamos no Figueira, uma churrascaria que aproveitou uma figueira centenária no terreno para se tornar um dos locais mais agradáveis para se comer que eu já vi na vida. Conseguimos uma mesa bem embaixo de um dos troncos da figueira, do qual os garçons precisam se esquivar para não bater a cabeça cada vez que trazem alguma coisa para a mesa. Eu me senti no meio de uma cena de almoço do Poderoso Chefão, aquela família gigante e animada comendo sob uma árvore em algum lugar no interior da Itália. Pena que o prato era carne, teria ficado mais fiel à minha fantasia se estivéssemos comendo uma lasanha.


Encerrando com chave de ouro, o show do Paul terminou tarde, então acabamos fazendo a nossa última refeição em São Paulo em casa mesmo, um espagueti ao sugo que não deixou nada a desejar.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Atendendo a Pedidos: O Bolo Mármore

Atendendo a pedidos, vou postar aqui a receita de bolo que provavelmente mais faço em casa - se não levar em conta os docinhos da b'nice, claro. Quando quero fazer um bolo para ter em casa, para receber alguma visita, é esse o que primeiro me vem à cabeça.


Mas antes só um comentário para quem acompanha o blog e gostou da sopa de abóbora do último post. Se você fizer uma sopa cremosa e sobrar bastante mesmo depois de todo mundo ter repetido o prato, não jogue fora o resto. Uma boa ideia para aproveitar a sobra no dia seguinte é usar como molho ou recheio de alguma massa. Foi o que meu marido fez aqui em casa na semana passada. Acrescentou ricota à minha sopa e usou como recheio em uma massa fresca para lasanha comprada no mercado. Ele queria fazer ravioli mas a massa era grossa demais para isso e deu preguiça de passar pela máquina de massa para afinar, então ele enrolou uns charutinhos e fez caneloni. Foi só arrumar em uma travessa, cobrir com molho de tomate e queijo ralado e levar ao forno. Ficou delicioso!!!


Bom, agora vamos para a sobremesa. Essa é a minha receita favorita de Bolo Mármore. É da Carla Pernambuco, do livro As Doceiras, que ganhei da minha tia de aniversário em janeiro e tem sido recorrente na minha cozinha desde então. Prova disso são as páginas sujas de farinha, algumas meio grudadas, outras já soltando e caindo do livro. Um clássico, recomendo!


Bolo Mármore
(do livro "As Doceiras")

4 ovos
1 pitada de sal
1 e 1/2 xic. de açúcar
1 xic. de leite
100g de manteiga em temperatura ambiente
2 xic. de farinha de trigo
1 col. sopa de fermento em pó
1/2 col. chá de essência de baunilha
2 col. sopa de chocolate em pó
manteiga para untar
farinha de trigo para polvilhar

Bata com a batedeira as claras em neve com o sal.
Junte as gemas, o açucar, o leite e a manteiga e bata só o suficiente para misturar.
Por último, acrescente a farinha e o fermento e misture sem bater.
Divida a massa em duas partes. Junte a baunilha a uma delas e o chocolate à outra.
Unte com manteiga e polvilhe com farinha uma fôrma de bolo inglês de 25cmX15cm. Coloque a massa branca e, por cima, a com chocolate.
Não misture, deixe as massas se misturarem sozinhas.
Leve ao forno preaquecido a 160ºC e asse por cerca de 30 minutos ou até que enfiando um palito este saia bem sequinho do centro.
Retire do forno e desenforme depois de frio.



sábado, 16 de outubro de 2010

Sopa de Abóbora

A vida anda tão corrida que fiquei um tempo desaparecida do blog... Mas aqui em casa a cozinha não para. Por isso hoje separei alguns minutinhos para passar um receita deliciosa que experimentei ontem pela primeira vez e fez muito sucesso por aqui.

Voltando para casa no final da tarde passei no horti-fruti para comprar alguma coisa para o jantar. Vi aquela abóbora japonesa - amarela com a casca verde - que eu adoro e que quase nunca encontro por lá. Comprei um pedaço para chegar em casa e decidir o que fazer com ele.


Já em casa me lembrei de um livrinho lindo de receitas da Le Creuset que minha amiga Júlia deu para o meu marido em algum aniversário dele e que tem receitas fáceis e deliciosas. Estava com saudade de usar minhas panelas Le Creuset, acabo não usando porque são pesadas e depois dá uma preguiça de lavar... Mas a comida fica maravilhosa quando usamos elas, demoram muito mais para esfriar, e na verdade nem são tão trabalhosas assim para lavar, ontem pude perceber isso e vou tentar lembrar da próxima vez que tiver vontade de usá-las. Voltando ao livro, eis que a primeira receita já era exatamente o que eu procurava - alguma coisa para fazer com a abóbora: Sopa de Moranga.


Usei a abóbora hokaido no lugar da moranga, as duas funcionam muito bem para esta receita. A receita vem logo abaixo. Antes, uma pequena pausa para a sobremesa: bolinhos mármore com flocos de chocolate. Quem me acompanha sabe como sou viciada neste bolo, prometo postar a receita no próximo post. Estes ficaram especialmente divinos!


Sopa de Moranga
(Le Livre de Cuisine Le Creuset)


1kg de moranga
1 cebola
1 alho-poró
500ml de caldo de galinha
30g de manteiga
100ml de creme de leite fresco e gelado
1 col. sopa de azeite de oliva
sal e pimenta do reino
Opcional: 200g de castanhas moídas para acompanhar

Eliminar as sementes e fibras da moranga. Descascar e cortar a polpa em pedaços pequenos.
Descascar e cortar a cebola em rodelas finas.
Retirar as raízes, a primeira folha do alho-poró e a parte dura do verde. Lavar e cortar em fatias finas.
Aquecer o azeite na caçarola redonda Le Creuset. Adicionar 20g de manteiga. Refogar a cebola e o alho-poró por 3 minutos em fogo baixo.
Adicionar os pedaços de moranga e o caldo. Levar à ebulição. Cobrir a caçarola e cozinhar por 30 minutos.
Bater no liquidificador o conteúdo da caçarola. Adicionar o restante da manteiga e corrigir o tempero.
Bater o creme de leite e incorpá-lo à sopa no momento de servir.

Obs. Obviamente você pode usar qualquer panela para fazer esta receita. Eu não usei o creme de leite para deixar a receita mais light e não tinha castanhas em casa, não fez falta nenhuma. Ralei um pouquinho de noz moscada, combina muito bem!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Matriciana

Esse post infelizmente não tem foto para acompanhar...
Ontem fui jantar na casa do meu pai - e não me ocorreu levar a câmera, nunca se sabe quando será a inspiração para o próximo post, rsrsrs. A ideia era fazer uma massinha rápida, mas meu irmão disse que não queria um molho de tomate comum, queria algum molho diferente. Meu pai também não queria nada com manteiga ou creme de leite. Sem saber o que fazer, pegamos na cozinha um livrinho simpático com ideias de molhos e folheando decidimos preparar o Matriciana.

A receita dizia para fritar o bacon mas não falava se era para tirar da panela depois ou se servia com os pedaços no molho. Na dúvida, minha madrasta ligou para um amigo que é maitre de um grande restaurante. Muito simpático e solícito, ele explicou todas as etapas do molho para o meu marido, que ouviu tudo com muita atenção, anotando mentalmente todas as dicas do mestre. No final do telefonema meu marido perguntou sobre um truque que ele ouviu falar por aí e temos praticado aqui em casa: separar um pouco da água antes de escorrer a massa e acrescentar uma ou duas conchas da água no molho. O que a gente sabia é que isso é muito usado em molhos cremosos para dar aquele aspecto brilhante na massa, mas em molhos a base de tomate como o matriciana, não sabíamos se este truque era válido. O maitre apenas deu uma risadinha, sem revelar o segredo e deixando a pergunta no ar. Por via das dúvidas, acrescentamos duas conchas da água ao molho, que ficou divino!

Segue a receita que fizemos.


Spaghetti a Matriciana

Para 1 pacote de spaghetti
200g bacon picado
2 col. (sopa) azeite
1 cebola pequena picada
1 folha de louro
1 dente alho cortado no meio
1 concha de caldo de carne
3 col. (sopa) molho de tomate (usamos a Passata Rustica De Cecco)
1 pimenta dedo de moça picada
1/2 xícara de queijo pecorino ralado
1 pitada de sal
1 concha da água da massa (opcional)

Em uma frigideira bem quente coloque os pedaços de bacon e deixe até ele soltar a gordura.
Acrescente a cebola, o louro e o alho, com um fio de azeite.
Quando a cebola estiver translúcida, retire da panela o bacon, o louro e o alho.
Despeje uma concha do caldo de carne sobre a cebola e deixe reduzir até quase secar.
Acrescente o molho de tomate, a pimenta e o sal.
Logo antes de escorrer a massa, acrescente ao molho o queijo ralado.
Despeje o spaghetti cozido (al dente) na frigideira e acrescente a água da massa se desejar. Misture bem.
Bom apetite!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pesto

Sempre fui apaixonada por pesto! Pesto, logo existo. hahaha, que infame! Falando sério, quando a gente vai na feira fica com vontade de comprar algumas coisas mesmo sem ter planejado o que fazer com elas. Na semana passada compramos um monte de verduras, estavam tão lindas que foi irresistível! Levamos folha de mostarda, espinafre, manjericão, bertalha...
Chegando em casa, meu marido disse que ia preparar um pesto diferente. Sem saber, ele estava inventando um clássico instantâneo: Pesto de Mostarda e Espinafre.


Para o almoço fizemos um espaguete com o molho, repeti até a travessa ficar vazia!


E para o jantar, turbinamos uma sopinha de couve-flor que estava na geladeira com uma colherada generosa do pesto, ficou deliciosa!!!


Uma boa dica para quem adora pesto, como eu, mas quer variar de vez em quando. Este não tem aquele sabor marcado do manjericão, mas é tão delicioso quanto. O pinoli também foi substituido por uma versão mais barata e fácil de encontrar: castanha de caju.


Você pode guardar o que sobrar para turbinar algum outro prato como eu fiz, uma sopa, quiche, arroz, molho de salada ou o que vier à cabeça.


Pesto de Mostarda e Espinafre


1 maço de folhas de mostarda
1 maço de espinafre
3 dentes de alho picados
1 filé de anchova picado
1 xícara de azeite extra virgem
10 castanhas de caju picadas
1 pedaço de queijo parmesão ou pecorino ralado
algumas folhas de manjericão picado
sal e pimenta do reino moída

Refogue as folhas de mostarda e o espinafre com alho e o filé de anchova.
Processe no liquidificador com um pouco de água.
Com uma peneira ou pedaço de tecido filó esprema todo o líquido, descartando.
Despeje as folhas processadas em uma tigela. Acrescente castanhas de caju, azeite, queijo pecorino e manjericão. Corrija o sal e acrescente pimenta a gosto.
Bom apetite!

domingo, 22 de agosto de 2010

Torta de Pêssego e Cereja


Desde que vi uma reprise do Jamie Oliver fazendo uma torta de amora com maçã naquele programa maravilhoso que ele fica cozinhando em casa, pegando frutas e verduras na horta do quintal, fiquei com desejo de fazer alguma torta assim, meio roots, suculenta, mas sem aquele acabamento tradicional e certinho.


Meu marido havia me pedido alguns dias antes para fazer uma torta de pêssego com pêra, mas eu achei que não ficaria tão bom porque a pêra e o pêssego são meio parecidos - cor, textura. Achei que faltava um "tchan". Mas prometi fazer uma torta de frutas para ele.


No domingo passado voltamos da feira com pêssegos e cerejas. Na segunda-feira meu marido me mandou um link por email no meio da tarde com essa receita. Ele segue muitos twitters de comida, e este era um post que dizia: 900 notas cinco estrelas não podem estar erradas. E não estavam, como provamos à noitinha em casa.


A receita pede para derreter a manteiga e despejar a mistura líquida sem mexer. Achamos estranho, ficou tudo meio separado, as frutas boiando por cima... Nossa expectativa era bem baixa quando colocamos a travessa no forno. Mas para nossa surpresa, meia-hora depois saiu de lá uma das melhores sobremesas que fizemos nos últimos tempos. Como dizem, "de comer rezando". O único porém de todos: faltou um sorvetinho de baunilha para acompanhar.


Torta de Pêssego e Cereja
(adaptada da receita da Paula Deen)

3 pêssegos descascados e cortados em fatias grossas
10 cerejas
1 xícara de açucar
1/2 xícara de água
100g de manteiga sem sal
1 xícara de açucar
1 1/2 xícara de farinha com fermento (ou acrescente 2 colheres de chá de fermento à farinha de trigo comum)
1 1/2 xícara de leite
1 col. (chá) canela em pó

Pré-aqueça o forno a 180º.
Em uma panela misture o pêssego, a cereja, a água e 1 xícara de açucar. Espere ferver e abaixe o fogo, deixando cozinhar por 10 minutos. Retire do fogo.
Coloque a manteiga em um pirex de vidro e leve ao forno para derreter.
Em uma vasilha misture 1 xícara de açucar, farinha e leite, mexendo devagar para não empelotar.
Despeje a mistura sobre a manteiga derretida, sem misturar.
Coloque as frutas por cima, cuidadosamente para não mexer. Jogue também o caldinho das frutas que ficou na panela. Acrescente a canela.
Asse por 30 a 45 minutos.
Para servir, coloque em uma tigelinha ou prato fundo e acrescente uma bola de sorvete de baunilha por cima.

Minha dica: coma ainda quente, ou então dê uma esquentadinha antes de comer, faz toooda a diferença.

domingo, 15 de agosto de 2010

Domingo é dia de feira

Melhor programa para começar bem o domingo: ir à feira.
Parece dia de semana, mas não é!

7h00 - acordar
7h30 - banho
7h45 - vestir a "roupa de final de semana" (de preferência um jeans rasgado, camisa surrada e moletom quentinho)
8h00 - meditar
9h00 - chegar na feira

*1) fazer o reconhecimento, quais as novidades da estação?
*2) comer um pastel de queijo e tomar um caldo de cana - melhor café da manhã da semana inteira
*3) dar mais uma flanada, aceitando as provinhas de frutas dos feirantes como complemento ao café da manhã
*4) comprar frutas, legumes e verduras fresquinhos!

O que acho mais legal é saber que aqueles produtos saíram da terra nas últimas 24 horas. A maioria deles está sendo vendido pela mesma família que o produziu. A relação com o alimento é completamente diferente daquela dos supermercados, hipermercados etc.

Sem desmerecer, adoro um Makro, Wall-Mart. Mas nada se compara àqueles morangos orgânicos suculentos que você só encontra na feira.

Uma coisa é importante: fazer uma lista. Mas vá de cabeça aberta, você nunca consegue seguir sua lista na feira. O kiwi está fora de época, a alcachofra que você nem se lembrava apareceu nas bancadas, uma tangerina "super mel" surgiu de repente na sua frente. A variante surpresa é fundamental na feira.


Os títulos nas plaquinhas são outra coisa que amo: Cereja Filé Super Doce, Laranja Lima Extra Mel...


Toda boa feira tem as barracas essenciais: pastel e caldo de cana, peixes, frangos e ovos, frutas, verduras, hortaliças, legumes, temperos e pimentas, flores, para aqueles que não tem tempo ou disposição existem legumes descascados, picados e embalados prontos para cozinhar. E sempre tem uma barraca das bugigangas, que eu adoro! Também gasto um bom tempo na barraca de ervas e especiarias do norte e nordeste.

E quando você passa a conhecer aquela feira, os seus feirantes e até os clientes que frequentam no mesmo horário que você, a sensação é muito boa! É uma verdadeira comunidade. Os vendedores, (quase) todos simpáticos e divertidos, passam a conhecer o seu gosto e fazer descontos melhores naqueles itens que você compra sempre. Alguns até reservam os melhores exemplares para os clientes fiéis.

Na hora de ir embora, já com as sacolas de pano cheias até a boca e muito pesadas, sempre faço uma última paradinha na barraca de flores. São tão lindas e coloridas que dá vontade de levar todas. Escolho um buquê bem bonito e levo para enfeitar a casa.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pão e Sopa

Nada combina mais com inverno do que sopa de legumes e pão quentinho.
Vamos falar a verdade que esse inverno carioca está mais pra meia-estação, mas estive em São Paulo na semana passada e deu para matar, pelo menos um pouquinho, a saudade do friiiiio.
Voltei inspirada e com vontade de fazer pão e sopa.


Amo fazer pão! Amo a sujeira que fazemos com a farinha, a mão grudenta de massa, a bagunça na cozinha (não sei porque mas sempre fica de pernas para o ar...), o cheirinho perfumando a casa quando ele assa no forno!


Para o jantar fiz uma sopa de legumes com as sobrinhas da feira que estavam na geladeira: abóbora, gengibre, batata baroa, inhame, cenoura, cebola, alho. Meu marido fez um bouquet garni - um "amarradinho" - com os temperos da nossa hortinha, a sopinha ficou demais!




Mais gostoso ainda ficou o pão que fiz para acompanhar, seguindo a receita maravilhosa do livro do Celeiro. O melhor de tudo é que este jantar não leva gordura nenhuma! A sopinha eu refoguei só na água e a única gordura desse pão é o fio de azeite para untar a bacia. É um pão tão fofinho e saboroso que ninguém diz que ele é light! E não requer prática, nem tampouco habilidade. Para esquentar a alma!


Pão Integral com Alecrim
(adaptado do livro Celeiro Culinária)

1/2 col. (sopa) de fermento biológico seco
2 xícaras de farinha de trigo branca
2 xícaras de farinha de trigo integral fina
1/2 col. (sopa) de alecrim seco
1/2 col. (chá) de sal marinho
1 1/2 xícara de água morna
1 clara + 1 col. (sopa) de água
1/2 col. (sopa) de alecrim seco para enfeite
1 col. (chá) de óleo vegetal para untar a bacia e o plástico

Junte os ingredientes secos, misture e reserve.
Aqueça a água até ficar morna e coloque-a em um recipiente fundo.
Aos poucos vá adicionando a mistura seca à água, uma xícara de cada vez, mexendo bem com uma espátula até obter uma massa homogênea.
Quando a massa ficar pesada demais para ser batida com a colher, vire-a sobre uma superfície polvilhada com farinha e amasse bem, por cerca de 15 minutos, adicionando farinha aos poucos até que solte das mãos e fique bem lisa e elástica.
Unte uma bacia média e um pedaço de plástico suficiente para cobri-la com o óleo vegetal.
Forme uma bola com a massa e coloque-a na bacia, cobrindo com o plástico para que não forme crosta nem resseque.
Deixe-a crescer até dobrar de tamanho. *(Uma dica para saber se a massa está no ponto de ser enformada é apertar com a ponta do dedo a massa crescida: quando a pressão ficar marcada e não voltar, já está no ponto.)
Vire-a sobre uma superfície polvilhada e amasse-a mais algumas vezes para que o pão tenha uma textura mais uniforme.
Acenda o forno e mantenha-o a 200ºC.
Divida a massa em 2 pedaços - pães - de aproximadamente 400g ou 4 pedaços - baguetes - de aproximadamente 200g.
Polvilhe com fubá 2 formas de aproximadamente 18x8x5cm ou 1 tabuleiro grande - caso opte pelas baguetes.
Coloque os pedaços nas formas ou no tabuleiro. Pincele-os com a clara ligeiramente batida com água e polvilhe o alecrim para enfeite.
Deixe-os crescer até dobrarem de tamanho, em local abrigado e sem vento, para não ressecarem.
Asse-os no forno por 40 minutos.
Tire-os das formas ou do tabuleiro e verifique se estão assados. *(Para verificar se o pão está assado, bata no fundo, e, se escutar um som oco, está pronto. Caso contrário, coloque-o novamente na forma ou no tabuleiro e leve ao forno por mais 5 a 10 minutos. É preciso deixar o pão descansar entre 20 a 30 minutos depois de sair do forno, pois a massa continua assando e firmando)
Durabilidade: 2 dias fora da geladeira ou 5 dias na geladeira.
** Eu tinha pouco alecrim, então misturei somente na massa e usei linhaça para enfeitar. Você pode usar a criatividade para decorar o pão.


*** Essa dica de deixar o pão descansar por 20 minutos estava no livro mas eu nunca respeito... A minha dica é comer assim que sai do forno, quentinho e fofinho, com um pouquinho de manteiga com sal que derrete na hora... hmmmmm!


No dia seguinte você pode cortar bons pedaços e presentear as vovós, pais, amigos... um pãozinho caseiro feito com amor sempre faz bonito!

domingo, 1 de agosto de 2010

Melhor Final de Semana


Sempre brinco com meu marido que um dia ainda vamos morar no meio do mato. Nasci em São Paulo e sempre morei perto do agito da Av. Paulista. Depois me mudei para o Rio e morei na rua principal de Ipanema e depois na do Leblon. Era pisar na rua e estender o braço que um taxi parava na hora. Agora moro em uma rua residencial no início de uma ladeira, cercada de árvores, passarinhos, o som das cigarras no final da tarde... Mas ainda estou pertinho do agito da rua com os melhores restaurantes do Rio, supermercado, locadora...
Confesso que tenho sensações conflitantes sobre isso, de um lado a praticidade de fazer tudo a pé - a ponto de realmente não sentir falta de ter um carro - e saber que a qualquer momento do dia ou da noite se bater um desespero existe uma banca 24h, uma farmácia, uma lanchonete que só fecha as 5h da manhã, tudo a "walking distance" da minha casa. Mas por outro lado, quando estou no sítio, percebo como a gente complica as coisas que poderiam ser tão mais fáceis. Lá a gente dorme bem, no silêncio e no escuro - porque a gente não percebe mas a cidade tem um som constante que não deixa a cabeça descançar 100% - lá a gente tem tempo para preparar a próxima refeição, pra ler, fazer sauna, namorar...


E foi isso que fizemos, eu e meu marido, no final de semana passado. Fomos para o sítio com a mala cheia de livros de receitas, vinhos, dvds, roupas de frio... delícia!


Na sexta conseguimos sair logo depois do almoço e deu tempo de chegar e fazer uma sauninha antes de preparar o jantar. Fizemos a receita de gnocchi da Julia Child, ficou divino. Acho que a colher de sobremesa que ela se refere deve ser menor do que a nossa, os gnocchis ficaram meio gigantes, mas como era a primeira vez que fazíamos seguindo essa receita decidimos seguir à risca as orientações. E valeu a pena!



No sábado preparamos uma truta fresca - a região é famosa pelo peixe das águas doces - na churrasqueira, com cebola e cebolinha assadas recheando os filés. Para acompanhar milho verde grelhado na brasa, com molho de queijo fresco (usamos cottage), noz moscada e limão



Tínhamos comido esse milho em um restaurante em NYC chamado La Esquina, indicado pelo meu pai e minha madrasta, e desde então estávamos loucos para imitar a receita. No original o milho é cozido na água e grelhado na brasa, depois eles passam o milho quentinho em um molho de queso fresco - segundo o chef que estava preparando, um queijo mexicano - que parece uma ricota, salpicam com páprica e servem com um pedaço de limão. Uma coisa! Voltamos duas vezes neste simpático restaurante em uma viagem de uma semana em NYC. E como me lembro muito bem do sabor do milho posso afirmar: o nosso ficou bem parecido!



Para a sobremesa fiz suspiros - que quase queimaram porque coloquei no forno na hora que o peixe e o milho ficaram prontos, e como tudo estava muito bom acabei me esquecendo dos suspiros no forno: lá o tempo passa em outro andamento. Separamos as partes que conseguimos salvar do suspiro em um prato e por cima picamos pedaços de morangos orgânicos tão doces que pareciam ter sido cultivados em um pote de mel. Sobremesa perfeita para um final de semana perfeito!


O melhor de tudo é levar a cesta com verduras da hortinha no domingo de volta para o Rio. O carro viaja muito perfumado e chegando em casa conseguimos manter um pouquinho do astral do sítio durante a semana.


Para não passar em branco, segue aqui a receita de suspiro que usei.


Suspiro

4 claras
12 col. (sopa) de açucar
1 pitada de sal

Pré-aqueça o forno a 180º e forre uma assadeira com papel manteiga.
Bata as claras com uma pitada de sal na velocidade alta da batedeira, até ficarem bem duras, formando picos e sem cair quando o bowl é virado de cabeça para baixo. Diminua a velocidade e vá acrescentando o açucar aos poucos, sem parar de bater.
Com a ajuda de duas colheres, pingue o suspiro na assadeira formando pequenos montinhos. Asse até que fiquem secos (você pode testar com o toque dos dedos, eles devem estar durinhos). Deixe esfriar no forno para não murcharem.
Você pode aumentar ou diminuir a quantidade respeitando a proporção de 3 colheres de açucar para cada clara. Bom apetite!